Branca filha do Luar e da Alvorada,
Entre flores e música nascida,
Tens o céu na garganta perfumada,
E um luar em cada pálpebra dorida,
Na ânsia da tua voz, anda perdida
A alma de Ofélia, em sonhos de balada;
E, em teu olhar cheio de aurora e vida,
Há uma sombra – minha alma – ajoelhada.
Olhas ... e enches de sol meus negros dias!
Falas ... e a tua voz rasga, em minha alma,
Uma verde clareira de harmonias!
Falas ... olhas ... E, aos céus, vibrando um grito
Minha alma, louca, a asa do sonho espalma,
E com a asa do Sonho enche o Infinito!
Moacir de Almeida