Como um homem e nem como um mendigo;
Amo-te como se ama todo o bem
Que o grande mal da vida traz consigo.
Não é nem pela calma que me vem
De amar, nem pela glória do perigo
Que me vem de te amar que te amo; digo
Antes que por te amar não sou ninguém.
Amo-te pelo que és, pequena e doce
Pela infinita inércia que me trouxe
A culpa de te amar – soubesse eu ver.
Através tua carne defendida
Que sou triste demais para esta vida
E que és pura demais para sofrer.
Vinícius de Moraes