Que belos, que gentis e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
Os doces frutos da estação dourada.
Por eles à alegria derramada
Tornam-se os campos de prazer, gostosos,
Em zéfiros suaves e mimosos
Toda esta região de vê banhada.
Vinde, olhos belos, vinde, e enfim trazendo
Do rosto do meu as prendas belas,
Daí alívio ao mal que estou gemendo.
Mas oh! Delírio meu que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo
Eram (quem crera tal) duas estrelas.
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA