
Os olhos sempre enxutos;
Não dura da aflição a aguda fase
Mais que uns breves minutos.
Esse instante fugace
Guarda-o muito em segredo;
Tua dor passará, pois, tarde ou cedo,
Não há nada no mundo que não passe.
Finge que vida levas, descuidada,
E aprende, mesmo à custa do teu pranto
Que dessa mágoa que hoje te dói tanto,
Certo amanhã não restará mais nada.
Júlio César da Silva