Causa das mágoas que me têm pungido
E que, no entanto, conservo na retina
Como a fonte de um bem inatingido ...
Flama, velada, cântico em surdina
De um’alma triste, um coração ferido,
Nem pode haver linguagem que defina
O que eu tenho, em silêncio, padecido!
Mas, ainda que mal recompensado,
Meu amor há de sempre desculpar-te,
Humilde, carinhodo, devotado ...
Bendito seja o dia em que te vi,
Pois não há maior glória do que amar-te
Nem melhor gozo que sofrer por ti!
Carmen Cinira