
Roseira se abria
Um lindo botão.
Marília formosa o pé lhe torcia
Com a branca mão.
Nas folhas viçosas
A abelha enraivada
O corpo escondeu;
Tocou-lhe Marília,
Na mão descuidada
A fera mordeu.
Apenas lhe morde,
Marília gritando,
Co’o dedo fugiu:
Amor, que no bosque
Estava brincando,
Aos ais acudiu.
Mal viu a rutura,
E o sangue espargido,
Que a deusa mostrou:
Risonho beijando
O dedo ofendido,
Assim lhe falou:
Se tu por tão pouco
O pranto desatas,
Ah, dá-me atenção!
E como daquele
Que feres e matas,
Não tens compaixão?
TOMÁS ANTONIO GONZAGA